Conflituosas as mãos
Que dão de beber
O fel amargo da voz.
O rio acalma, desatinado,
Doce, palavra gestual,
Ausentam-se-me os verdes prados,
Observo os campos enamorados.
Medo, ou...
Medo!
Orquestra de vozes gritando aflitas,
Afunda-se o pensamento
Ao mais profundo da terra inconsistente.
Segredo, ou...
Ou personificação, do medo.
Sem fala, a filosofia sai de mim,
Um respirar duvidoso
Coração ou morte, ou certeza
Desta vida, não ser, despedida.
Morte, ou...
Ou tempo, viagem.
Agora é o frio, o gélido calor
Das mãos transpiradas
Do sol nascente, gotejam
Lágrimas geladas.
Brinquedo, os lábios cumprimentam-se
Sedosos, desejosos, inchados,
Olhos, a última gota
Foi a mais perfeita! Amados!...
Entrega, ou...
Ou eterno, desejo, anjo.
Luz desce vagarosa
Acende o silêncio do corpo,
Calma, vazio, preencho
Trémulo, os dedos tocam, intenso...
Saber a poeta, ou...
Ou saber a palavra, ou...
Ou não ter sabor algum, ou...
Ou saber a voz, comum.
Fantasma, passeando os lençois,
Calafrio, arrepio, os dedos agitados
Encontram, fortuna, cumplicidade,
Mil mundos! Um milhão de sóis!...
Um sabor a palavra
Esgota-se nos dedos agitados
Assexuado, fantasma,
Os olhos comem, endiabrados.
Palavra, ou...
Ou sentido, significado, ou...
Ou tudo, ou nada, ou...
Ou eu, confuso, a montar
O espectáculo.
O meu.
Paulo Themudo
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