20 de dezembro de 2007

“Por Ti...”

Tão cego...

O que me comove são os segundos
Passam sem travões, o relógio oculto,
Como a minha vida...

Pareço uma miragem, luz, passagem,
Alma passeia os versos,sinto,
Como desejei outra paragem
Que relógio oculto me engana.

Tão só...

Absorvo a confusão, respiro, solidão...

Sou fruto de quê?

Pareço... Uma coisa, nada, escura,
A sala, as cortinas beijam o vento,
O meu amor, ausente,
A lua quebra os ponteiros
Presente... Anseios, medos e receios.

Purificação do meu ser
As águas, Anjo, guardas,
Baptizado, bebido de estrelas
Creio em mim... Sim.

Imito-me de luz,
Sim, com os olhos cerrados
Só vejo luz, minha cruz,
Fazer correr os ponteiros, acorrentados.

A cela escura
O meu vazio preenche
De...
De tudo ou nada
Esta alma...

Sente! Sente!

Sou fruto do quê?

Os pés... Os meus, onde estão?
As mãos... Minhas mãos, para onde vão?
Corpo... Este, meu...

Meu... Silêncio, resguardo,
Vestido de luz no luar abençoado.

Tanto mais... Tanto!

Tanto para dar.

Acordo,
Não... Esgoto-me,
Mergulhado em lágrimas
Não quero aos ponteiros do tempo,
Voltar.

Sou fruto do quê?

Amar... Sim, amar.

Paulo Themudo

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