13 de maio de 2008

"Não..."

Não quero a insignificância,
Comprar palavras, sentir-me gigante.
Não quero a magia
Provar do horizonte o teu rosto distante.
Não quero ficar sem luz
Cair a tropeçar na louca escadaria
Onde te quis abraçar...
Não quero o silêncio que me comove
Com forças poderosas me arrasta as correntes
Do naufrágio vazio,
Que foi o meu coração a envelhecer
Noutro tempo.

Não quero ser mão poeta
Rasgaar os teus lábios na tela gigante
Que pinto,
Nestes sonhos com que me acordas as noites.

Não quero suplicar por ti.
Não quero modificar o que há em ti.
Não quero sufocar sem razões para ficar.
Não quero o teu slêncio.
Não quero não saber quem és.

Não quero ter de suplicar
Com que palavras me hás-de acordar.
Não quero gastar o tempo
A correr fraquejado o teu momento.
Não quero ser indigno.
Não quero ser perfeito nas tuas mãos.
Não quero ser mendigo.
Não quero escrever a poesia.
Não quero tingir a tela
Onde naufraga a obsessão do teu nome.

Não...

Não é obsessão.

É amor... É amor...

É amor.

Paulo Themudo in "Repousadas Mãos Que Sentem" - 2006

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